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Critérios de Sgarbossa – Aprenda a identificar Infarto no Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE)

Quem trabalha em emergência sabe bem que um dos grandes desafios no pronto socorro é a avaliação de dor torácica. A principal patologia para ser diagnosticada ou descartada nesse grupo de pacientes é o infarto agudo do miocárdio. Como propedêutica para esse diagnóstico é realizado incialmente uma anamnese/exame físico, exames laboratoriais com marcadores de necrose miocárdica e o eletrocardiograma (ECG). No ECG é muito importante avaliar se o paciente apresenta critérios que o caracterizem como infarto com supradesnivelamento do segmento ST pois nesse caso estaria indicado terapia de reperfusão miocárdica (através de angioplastia ou trombolítico). Se realizar esse procedimento no tempo hábil (primeiras 12 horas do início da dor) o paciente pode preservar músculo cardíaco, com diminuição da mortalidade.

Uma grade dificuldade nessa investigação é quando o paciente com dor torácica apresenta Bloqueio de Ramo Esquerdo (BRE), mascarando algumas alterações no eletrocardiograma

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Tempestade Elétrica – O que fazer?

Tempestade elétrica é considerado uma emergência médica. Você sabe o que é e como conduzir? Confira o post!

Tempestade elétrica é definido como uma condição clínica caracterizada pela recorrência de taquicardia ventricular (TV) hemodinamicamente instável e/ou fibrilação ventricular (FV) em pacientes portadores de CDI (cardiodesfibrilador implantável) na prevenção primária ou secundária. A definição mais aceita é a presença de 03 ou mais episódios distintos de arritmias que levam a terapia do CDI, podendo ser estimulação antitaquicardia ou choque, em um período de 24 horas. Para o diagnóstico é necessário que a terapia seja apropriada e eficaz.

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Extra Sístole Ventricular – Como identificar sua origem?

A presença de extra sístole ventricular é um achado extremamente comum, surgindo na maioria das vezes em pessoas sadias. A avaliação inicial desses pacientes consiste na história clínica detalhada, exame físico, na investigação de patologias associadas (distúrbios de tireóide, cardiopatias) e análise do eletrocardiograma. Exames como ecocardiograma, teste ergométrico e holter podem ser essenciais para acompanhamento e decisão se o paciente necessita ou não de tratamento da arritmia. As características das extra sístoles como morfologia, localização e quantidade pode indicar a necessidade de exame de imagem como a ressonância nuclear magnética cardíaca.

A ectopia ventricular pode se originar de diversas localizações, sendo mais frequente nos tratos de saída do ventrículo direito e esquerdo. Esses dois locais se relacionam com 80% das extra sístoles idiopáticas.   

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Holiday Heart – Síndrome do Coração Pós Feriado

Hoje existem diversos estudos que mostram uma relação entre o consumo de álcool e o aparecimento de arritmias cardíacas. Mas esse conceito não existia em décadas atrás. No início da década de 70 foi quando pela primeira vez demostraram que a ingesta aguda de álcool estava relacionada com o aparecimento de arritmas cardíacas. Philip Ettinger e colaboradores descreveram em 1978 em uma publicação no American Heart Study a Síndrome do Coração pós feriado (Holiday Heart). Consistiria no aparecimento de distúrbios do ritmo, mas frequente a fibrilação atrial, em pessoas saudáveis, sem doença cardíaca conhecida, após consumo abusivo de bebidas alcoólicas. Essa denominação (Holiday Heart) foi pelo fato que a maioria dos eventos eram observados após finais de semana ou feriados.

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Teste Provocativo na Síndrome de Brugada

A Síndrome de Brugada foi descrita em 1991 como uma doença que apresentava padrão de bloqueio de ramo direito associado a supradesnivelamento nas derivações precordiais direitas em um coração com anatomia e histologia normal. Essa patologia é uma canaliculopatia que apresenta correlação com arritmias ventriculares e morte súbita.  

Nem sempre é fácil o seu diagnóstico visto que o eletrocardiograma pode apresentar uma alteração discreta que se assemelha aos achados padrão da patologia ou até mesmo ser normal de forma intermitente. O teste genético seria uma opção no auxílio diagnóstico, mas existem alguns fatores limitantes (principalmente no Brasil) como o custo financeiro, limitação de realização em grandes centros e que seus resultados podem ser de difícil interpretação.

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RENAL AF

Foi apresentado no Congresso Americano de Cardiologia o RENAL AF, estudo para assegurar a segurança do Apixaban versus Warfarin com relação a sangramento maior e clinicamente não maior em pacientes com Fibrilação atrial com Doença renal em estágio terminal em Hemodiálise.

Ontem (16/11/19)  foi publicado no Congresso Americano de Cardiologia (AHA 2019) o RENAL AF: RENal Hemodialysis Patients ALlocated Apixaban versus Warfarin in Atrial Fibrillation. Trata-se de um estudo multicêntrico randomizado, desenvolvido pela Duke University.

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NOVOS ANTICOAGULANTES ORAIS (NOACS) E DOENÇA HEPÁTICA – Necessita de ajuste da dose?

A fibrilação atrial é uma das arritmias mais encontradas na prática clínica e sua incidência vem aumentando por diversos fatores. Consequentemente, um cenário cada vez mais comum será o de pacientes em uso dos novos anticoagulantes orais (Dabigatran, Rivaroxaban, Apixaban e Edoxaban) e com outas doenças crônicas.

O uso dos NOACS na doença renal apresenta algumas particularidades, necessitando em alguns casos de redução da dose da medicação e as vezes até suspensão, de acordo com o clearance de creatinina. E com relação ao paciente hepatopata? Devemos utilizar a mesma dose? Devemos suspender a medicação? Qual seria o critério?

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AFIRE TRIAL

Enquanto o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia acontece o Arritmed vem selecionando artigos/publicações que tenha relacionamento com Arritmologia, que é o nosso foco.

Hoje pela manha (02/09/19) foi apresentado no Congresso do ESC 2019 e publicado no New England Journal of Medicine o AFIRE TRIAL (Atrial Fibrilation and Ischemic events with Rivaroxaban in patiEnts with stable coronary disease). A Postagem de hoje será sobre esse artigo.

Hoje em dia já existem evidências importantes em relação a terapia antitrombótica nos pacientes portadores de fibrilação atrial (FA) e que se submetem a intervenção coronária percutânea. E com relação a doença coronária estável em pacientes com fibrilação atrial? Os dados são limitados em relação a esse contexto.

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CHESS TRIAL (The Comparison of High vs. Escalating Shocks)

Começou hoje (31/09) o Congresso da Sociedade Européia de Cardiologia (ESC 2019) e termina no dia 04/10. Como em eventos anteriores, são apresentados em primeira mão vários estudos e atualização dos Guidelines da sociedade européia. O Arritmed está de olho nos temas envolvendo arritmias e eletrocardiograma e postaremos nas nossas redes. Hoje pela manha foi apresentando o CHESS Trial. Nessa postagem vamos falar sobre esse estudo e apresentar um resumo.

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Anticoagulação em pacientes com Fibrilação atrial no contexto do Infarto Agudo do Miocárdio/Intervenção coronária percutânea – O que dizem os estudos atuais?

INTRODUÇÃO

            A fibrilação atrial (FA) é uma das arritmias mais prevalentes, tendo se tornado um problema de saúde pública. Acredita-se que no ano de 2050 nos Estados Unidos a prevalência da arritmia chegue a 15,9 milhões de americanos. Essa prevalência vem aumentado progressivamente, provavelmente devido ao envelhecimento da população. O avanço da medicina no tratamento das cardiopatias também tem contribuído para a esse aumento.

A associação da fibrilação atrial com fenômenos embólicos é conhecida desde décadas passadas e alguns fatores de risco foram demonstrados em diversos estudos. Até que em 2001 foi descrito o primeiro escore de risco para fenômenos tromboembólicos em pacientes portadores de FA: CHADS2 (C-Insuficiência Cardíaca; H-Hipertensão; A- Idade>75 anos; D- Diabetes; S- Acidente vascular cerebral). A presença de algum item dessa classificação equivale a 01 ponto, com exceção do AVC que são 02 pontos. Se o paciente apresentasse pontuação maior ou igual a 02, tinha indicação de associar um anticoagulante oral no seu tratamento para a prevenção de fenômenos tromboembólicos. Surgia também praticamente no mesmo período os Novos anticoagulantes orais (NOACs), tendo como o “primogênito” o Dabigatrana (RE-LY). Na sequência foram lançados o rivaroxabana (ROCKET AF), apixabana (ARISTOTELE) e edoxabana (ENGAGE-AF). Antes dos surgimentos dos NOACs a opção em anticoagulação oral era a Warfarina. Em 2011 ocorreu um novo estudo com mudanças em relação ao CHADS2, sendo incorporado alguns fatores, surgindo o CHA2DS2VASc (C-Insuficiência cardíaca, 01 ponto; H-Hipertensão arterial, 01 ponto; A2-Idade maior ou igual a 75 anos, 02 pontos; D-Diabetes, 01 pontos; S- AVC e AIT prévios, 02 pontos; Doença Vascular-01 ponto; A-idade entre 65 a 74 anos, 01 ponto; S- sexo feminino, 01 ponto). Se o paciente atingisse a pontuação maior ou igual a 02 pontos, continuava a indicação do uso do anticoagulante oral. Essas medidas associadas aos NOACs fizeram com que diminuísse a incidência de acidente vascular encefálico nessa população de pacientes com fibrilação atrial, com uso de uma medicação com mais segurança do que a Warfarina.

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Como administrar Adenosina?

Uma das arritmias mais prevalentes no Pronto Socorro Cardiológico é a Taquicardia Supraventricular que apresenta de uma forma geral caráter benigno porém causa muito desconforto no paciente. De acordo com os últimos Guidelines Americano e Europeu  de Manejo da Taquicardia Supraventricular, no paciente estável, a primeira medida é a Manobra Vagal. Se não acontecer a reversão, a medicação de escolha na sequência é a Adenosina. Muitos casos não apresentam reversão por administração realizada da forma incorreta.  

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PEGUERO – LO PRESTI – Um novo Critério Eletrocardiográfico para Sobrecarga Ventricular Esquerda

Existem diversos critérios eletrocardiográficos para avaliação de Sobrecarga Ventricular Esquerda, variando em relação a sensibilidade e especificidade. Um dos mais utilizados é o Critério de Cornell que apresenta uma boa acurácia, porém baixa sensibilidade (20 a 40%).

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Basel Algoritmo – Novos critérios para avaliar Taquicardia de QRS largo

Uma das grandes dificuldades do emergencista é quando um paciente chega com uma taquicardia de QRS largo no Pronto Socorro. E agora? Seria uma Taquicardia Ventricular ou uma Taquicardia Supraventricular? Existem diversos algoritmos para auxiliar na diferenciação e dentre os principais podemos citar o de Brugada, Vereckei e PAVA.

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Potencial de Ação Cardíaco

Potencial de Ação Cardíaco
Potencial de Ação Cardíaco

Potencial de Ação

O potencial de ação ocorre devido alterações na membrana das células cardíacas relacionado a entrada e saída de correntes iônicas. Esse movimento ocasiona a mudança de polaridade, levando a despolarização celular. Os principais íons envolvidos nesse processo são o sódio (Na+), potássio (K+) e Cálcio (Ca2+).

Existem dois tipos de potencial de ação no coração de acordo com o tipo celular:

  1. Potencial de Ação de Resposta Rápida
  2. Potencial de Ação de Resposta Lenta
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Deflexão Intrinsecóide e Tempo de Ativação Ventricular

Você sabe o que é Deflexão Intrinsecóide? E Tempo de Ativação Ventricular? Acompanhe nossa postagem e tire suas dúvidas.

Muitas pessoas fazem confusão na definição de Deflexão Intrinsecóide e Tempo de Ativação Ventricular, acreditando ser a mesma coisa. Uma tem relação com a outra mas não são sinônimos.

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Arritmias e Gestação – O que você precisa saber?

A gestação é um período que ocorrem mudanças hemodinâmicas importantes no organismo materno, podendo ocasionar arritmias. Existe muita insegurança por parte dos médicos no tratamento e acompanhamento dessas pacientes. Preparamos esse podcast com o objetivo de esclarecer suas dúvidas nesse tema. Aperte o play, aumente o som e vamos para mais um episódio do ArritmedCast…

EARLY – AF : Crioablação ou Terapia Medicamentosa para Tratamento Inicial da Fibrilação Atrial?

No dia 28 de janeiro de 2021 foi publicado no The New England Journal of Medicine o estudo “Cryoablation or Drug Therapy for Initial Treatment of Atrial Fibrillation – EARLY AF”. O Arritmed fez um resumo desse artigo.

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Onda R ampla em V1 a V2 no Eletrocardiograma – Quais os possíveis diagnósticos?

Quando analisamos um eletrocardiograma normal o esperado é que a onda R apresente um aumento progresssivo nas derivações precordiais, de V1 a V6. Ou seja, em V1 e V2 é esperado ondas R de pequenas amplitudes e em V5 e V6 com maiores amplitudes. E quando você encontra ondas R amplas em V1 e V2? Quais os possíveis diagnósticos?

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HAS-BLED – Escore de risco de sangramento na Fibrilação Atrial

Um dos grandes problemas em relação ao uso dos anticoagulantes orais na fibrilação atrial é o risco de sangramentos.  Em virtude disso, alguns escores de avaliação de risco de sangramento foram validados com o objetivo de identificar pacientes com maior potencial de complicações hemorrágicas. Dentre eles podemos citar o HEMORR2HAGES, HAS-BLED e o escore ATRIA. Um dos mais usados na prática clínica é o HAS-BLED. Você sabe o que consiste esse escore?

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Diagnóstico da Síndrome do QT Longo Congênito (SQTL) – Escore de Schwartz

A Síndrome do QT Longo congênito (SQTL) é uma canalopatia hereditária que está relacionada a Morte Súbita, por isso a importância do seu diagnóstico. Pode ocorrer em pacientes com o coração estruturalmente normal.

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